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Por que prompt engineering é mais do que uma “buzzword” no Direito

Narração
12:41

 

Não é mais novidade que a adoção de IA entre empresas já saiu da categoria “inovação” e se tornou requisito para a empresa não ficar para trás no mercado. 

Com o avanço rápido da tecnologia, desenvolver habilidades para o uso de IA se tornou fundamental para profissionais não somente de tecnologia, mas também do Direito.

Segundo o relatório Clio 2025 Legal Trends for Midsize Firms, o uso de IA nas empresas de médio porte disparou para 93%. Os benefícios mais citados incluíam aumento da produtividade, melhoria na qualidade do trabalho e melhor gestão de casos, principalmente nas atividades como pesquisa jurídica automatizada, automação de documentos e uso de ferramentas genéricas de IA.

O uso de inteligência artificial no jurídico está crescendo, e rápido. Ferramentas como ChatGPT prometem transformar desde tarefas repetitivas até decisões estratégicas, mas há duas peças-chave que separam resultados promissores de frustrações: 1. a forma como você conversa com a IA e 2. a especialidade da ferramenta utilizada.

E sobre o como você se comunica de maneira clara com a IA, já é uma habilidade que tem nome: prompt engineering.

O que é prompt engineering?

Prompt engineering é a prática de criar comandos otimizados para interagir com modelos de IA, como o GPT-4, de forma a obter respostas mais úteis, precisas e estruturadas. No contexto jurídico, isso significa ser capaz de escrever perguntas e instruções que levem a IA a entregar algo utilizável, e não uma resposta genérica ou totalmente fora de contexto.

O fato é que a IA não adivinha o que você quer, ela apenas processa as informações e responde com base naquilo que você pedir.

Nesse sentido, é fundamental pensar como um bom “delegador”. Ao estruturar um prompt, você deve dar à IA o mesmo nível de contexto e clareza que daria a um colega ou estagiário para realizar a tarefa corretamente. Essa prática evita retrabalho, reduz respostas vagas e acelera os resultados.

Por que prompt engineering importa, e muito, na rotina jurídica?

Mesmo com bons modelos de IA disponíveis, muitas equipes jurídicas ainda se frustram com os resultados. O motivo não é a tecnologia em si, mas como ela está sendo utilizada.

Alguns exemplos práticos:

Um prompt vago como “revise este contrato” pode gerar um resumo superficial, podendo revisar somente normas gramaticais, ou até formatar o conteúdo sem, de fato, atender à necessidade.

Já um prompt bem estruturado, e ainda simples, como: “você é um advogado sênior especializado em SaaS. Revise as cláusulas de limitação de responsabilidade abaixo e indique sugestões de redlines, explicando os riscos envolvidos” já parte de outro nível de complexidade que pode levar a IA a atender melhor aos requisitos.

O que se entende é que a diferença não está no modelo utilizado, mas sim no comando.

Prompt engineering é uma nova soft + hard skill

Para times jurídicos que estão implementando IA, o prompt engineering virou uma habilidade híbrida.

  • Soft skill, porque envolve clareza na comunicação e pensamento lógico.
  • Hard skill, porque exige entender os limites e capacidades da IA.

Não se trata apenas de pedir algo para a IA fazer. Trata-se de saber como guiar a IA como se ela fosse um profissional competente, mas que precisa de um bom briefing.

Técnicas de prompt para aplicar no jurídico

Para quem atua com IA na prática, entender o tipo certo de prompt a usar em cada situação faz toda a diferença. Abaixo estão as principais técnicas de prompt utilizadas em fluxos jurídicos, com exemplos aplicáveis à rotina.

Zero-shot prompting

Quando usar: tarefas simples, bem definidas, com contexto suficiente no próprio comando.

Como funciona: você fornece um único prompt direto, com todo o contexto necessário embutido. A IA usa seu conhecimento prévio para responder de forma imediata, sem necessidade de exemplos anteriores.

Exemplo no jurídico: você é advogado do time de compras. Leia o contrato abaixo e gere um resumo com prazo, multas e cláusulas de confidencialidade. Use linguagem clara e objetiva.

Few-shot prompting

Quando usar: quando você precisa ensinar à IA um estilo, tom ou formato específico.

Como funciona: você apresenta de dois a três exemplos de entrada e saída. A IA aprende o padrão e replica o estilo ou estrutura ao responder novas instruções.

Exemplo jurídico: você mostra como deseja que resumos de contrato sejam escritos e depois pede um novo com o mesmo padrão.

Chain-of-thought prompting

Quando usar: tarefas complexas que exigem análise, raciocínio jurídico estruturado ou justificativas.

Como funciona: você instrui a IA a pensar passo a passo antes de entregar a resposta final. Isso ajuda a tornar o raciocínio mais transparente e confiável.

Exemplo no jurídico: considere esta cláusula de limitação de responsabilidade. Avalie passo a passo se ela é válida à luz da jurisprudência atual e indique quais ajustes seriam necessários para manter a segurança jurídica.

Essa abordagem se conecta diretamente à ideia de raciocínio estruturado. Instruir a IA a seguir uma lógica clara antes de responder permite obter análises mais técnicas, justificar decisões jurídicas e trabalhar com múltiplas variáveis de forma organizada.

Structured output prompting

Quando usar: sempre que a saída precisa ter formato específico como tabela, lista, tópicos, bullet points ou JSON.

Como funciona: você define explicitamente o formato da resposta. Isso facilita a reutilização da informação em relatórios, pareceres ou análises contratuais.

Exemplo no jurídico: compare os dois contratos abaixo e entregue o resultado em tabela com colunas: cláusula, versão A, versão B e impacto jurídico.

A diferença entre um prompt ruim e um prompt bom

Um dos maiores erros ao usar IA no jurídico é assumir que ela já sabe o que fazer. Na prática, a IA responde com base no que você escreve e na forma como você estrutura o pedido. Um prompt mal formulado gera respostas genéricas, confusas ou até perigosamente imprecisas.

A seguir, veja comparações reais entre prompts fracos e eficazes em tarefas do dia a dia jurídico:

Revisão de cláusulas

Prompt ruim: “revisar cláusula abaixo”.
Problemas: vago, sem contexto, sem objetivo claro.

Prompt bom: “você é advogado sênior especializado em contratos B2B. Revise a cláusula de limitação de responsabilidade abaixo. Indique riscos para a parte contratante, pontos críticos em cenários de litígio e sugestões de melhoria para reduzir exposição jurídica”.
Resultado esperado: análise técnica, pontos de atenção e sugestão de redlines com justificativas.

Esse tipo de prompt é um bom exemplo de structured output prompting. Ele determina não apenas o que se espera da resposta, mas também o formato, que é algo fundamental para facilitar o uso da IA em fluxos jurídicos reais.

Comparação de contratos

Prompt ruim: “compare os dois contratos”.
Problemas: a IA não sabe o que comparar nem com que objetivo.

Prompt bom: “compare os dois contratos abaixo considerando:

  • Diferenças em cláusulas de rescisão antecipada
  • Nível de proteção de dados sensíveis conforme a LGPD
  • Responsabilidade solidária ou subsidiária entre as partes”

Responda em formato de tabela, destacando implicações jurídicas.
Resultado esperado: comparativo estruturado, técnico e útil para tomada de decisão.

Essa prática de pedir resposta em tabela, lista ou estrutura fixa é uma das formas mais eficazes de garantir que a IA produza saídas reutilizáveis, especialmente em ambientes corporativos com fluxos documentais bem definidos.

Geração de resumo contratual

  • Prompt ruim: “resuma esse contrato pra mim”.
  • Problemas: superficial, sem definição do que é relevante.

Prompt bom: “você é advogado do time de compras de uma grande empresa. Leia o contrato abaixo e produza um resumo com:

  • Prazo, renovação e penalidades
  • Responsabilidades de cada parte
  • Obrigações financeiras
    Cláusulas de auditoria, confidencialidade e foro”

Evite copiar trechos. Use linguagem objetiva, voltada ao time de procurement.
Resultado esperado: resumo prático, com foco no uso real da informação.

Pedido de sugestão de cláusulas

  • Prompt ruim: “me dê uma cláusula sobre multa”.
  • Problemas: muito amplo, sem contexto de contrato ou setor.

Prompt bom: “crie uma cláusula de penalidade para contrato de prestação de serviços de tecnologia. O serviço prestado será mensal, com SLA de entrega. Preveja multa de 10% em caso de descumprimento de prazo superior a 3 dias úteis. Adote uma linguagem clara e compatível com o Código Civil”.
Resultado esperado: cláusula customizada, juridicamente válida e pronta para uso.

Explicação para cliente interno

Prompt ruim: “explique este contrato para o RH”.
Problemas: sem tom, sem foco, sem direcionamento de linguagem.

Prompt bom: “você é advogado interno da área trabalhista. Explique em linguagem simples os pontos principais do contrato de terceirização de folha de pagamento para a equipe de RH:

  • Escopo do serviço
  • Responsabilidades da empresa prestadora
  • Riscos trabalhistas envolvidos
  • Prazos de SLA”

Use uma estrutura em bullet points.
Resultado esperado: comunicação clara e eficaz, pronta para ser usada no alinhamento com áreas não jurídicas.

Como estruturar um prompt jurídico de alta performance

Um prompt jurídico bem escrito transforma a IA de uma curiosidade genérica em uma ferramenta confiável e estratégica. A estrutura abaixo ajuda você a escrever comandos claros, objetivos e adaptados à realidade do seu time jurídico.

Estrutura de um bom prompt jurídico

  1. Defina o papel da IA
    Exemplo: você é um advogado especializado em contratos de tecnologia.
    Isso direciona o tom, a profundidade e o vocabulário da resposta.

  2. Apresente o contexto
    Exemplo: o contrato abaixo é uma minuta padrão usada com fornecedores de software.
    Sem contexto, a IA pode sugerir soluções fora de escopo.

  3. Descreva o objetivo
    Exemplo: revise as cláusulas de responsabilidade solidária e sugira ajustes.
    O objetivo claro evita respostas genéricas e garante foco na entrega.

  4. Determine o formato da resposta
    Exemplo: responda em tópicos com justificativa técnica.
    O formato definido facilita o uso direto da resposta em pareceres ou revisões.

  5. Inclua regras ou restrições
    Exemplo: não copie trechos do contrato. Baseie-se apenas na legislação brasileira.
    Regras ajudam a evitar erros, reduzem alucinações e garantem aderência ao perfil da empresa.

Exemplos prontos para usar

Resumo jurídico para cliente interno

Você é advogado da área trabalhista e precisa explicar uma minuta para a equipe de RH.
Leia o contrato e elabore um resumo em linguagem simples que aborde obrigações do prestador de serviço, riscos trabalhistas para a contratante e pontos de atenção sobre prazo, rescisão e confidencialidade.
Use bullets claros e evite termos técnicos. O público é leigo.

Análise com base em jurisprudência

Você é advogado empresarial e está avaliando uma cláusula de limitação de responsabilidade.
Com base na jurisprudência do STJ e no Código Civil, diga se a cláusula tem respaldo legal, em que casos pode ser considerada nula e sugira ajustes para manter validade jurídica.
Use linguagem técnica com base em fontes reais. Indique julgados relevantes se possível.

A IA da Linte: de prompt para performance real

O uso de bons prompts é o ponto de partida, mas, no dia a dia jurídico, contar apenas com ferramentas de IA generalistas não é o suficiente. O diferencial está em usar uma solução desenvolvida especificamente para ambientes jurídicos, com foco em segurança, conformidade e adaptação às cláusulas e fluxos da sua empresa.

A IA da Linte foi criada para atuar com confiabilidade em operações jurídicas complexas. Ela analisa minutas, sugere redlines, gera resumos, compara versões e destaca riscos com base no seu playbook interno, nas cláusulas padrão da sua operação e com total rastreabilidade.

Diferente de ferramentas genéricas, a IA da Linte entende o jurídico empresarial, opera com governança e gera insights úteis para quem precisa de precisão, e não apenas velocidade.

Se o seu time quer transformar IA em uma vantagem competitiva real, vale dar o próximo passo.

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